Alicia Keys mostrou ter mudado mais o visual (e o apreço, hoje maior, por causas ambientais e políticas) do que a "fórmula" de seu show, desde sua estreia no Rock in Rio, em 2013.
Em vez da cantora que se atrasou por problemas com sua chapinha de cabelo e desfilou com um look com um furinho embaixo do braço, nesta noite vimos uma mulher que abriu mão de maquiagens "em prol se sua negritude".
Falando de música, o set teve talento o tempo todo e sucessos soul só na metade final, a partir da arrepiante "If I ain't got you" até o fim, com "Empire State of Mind".
Além da estrutura do set, de novo, ela convidou brasileiros. Em 2013, foi Maria Gadú. Agora, chamou Dream Team do Passinho, Charles Bonfin, Pretinho da Serrinha e uma representante da comunidade indígena, Sonia Guajajara.
Ela defendeu a demarcação de terras na Amazônia. Durante o discurso, por cerca de 10 segundos a plateia gritou "Fora Temer".
"Existe uma guerra contra a Amazônia, os povos indígenas e o ambiente estão sendo brutalmente atacados", disse ela. O governo quer colocar à venda uma gigantesca área de reserva mineral. No próximo dia 20, haverá uma votação no Senado de um decreto legislativo que pode barrar todo esse absurdo. Senadores, vocês têm a chance de evitar isso. E nós estaremos de olho. Estaremos de olho porque não existe plano B. É a mãe de todas as lutas, a luta pela mãe terra. O mundo inteiro precisa vir para a linha de frente. Vamos pressionar. Demarcação já"
"Girl on fire" (aquela da trilha de "Salve Jorge") ainda é imbatível. Quem aí não se lembra de Bianca (Cleo Pires), a tal garota pega-fogo da novela? A música tem seu valor, mas é um hip hop diluidão aquém do resto do repertório.
Do disco "Here", de 2016, o destaque é a dançante "In common". Foi nela que o Dream Team do Passinho entrou para dançar. Mas diferentemente de Fergie e seus convidados na noite anterior, Alicia não desceu até o chão... Cada um na sua, é claro. O negócio dela, veja bem, é tocar e cantar. E como canta.